sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Beijo, Aidinha... Daqui até ao céu...*

(foto minha)

A Morte não é nada...

"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."

-----------------------------------------

Se me amas, não chores

Se conhecesses o mistério imenso do céu
onde agora vivo,este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias,se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
na sua infindável beleza.
Permanece em mim o teu amor,uma
enorme ternura que nem tu consegues
imaginar.

Vivo num alegria puríssima.
Nas angústias do tempo pensa nesta casa
onde um dia estaremos reunidos para além
da morte,matando a sede na fonte
inesgotável da alegria e do amor infinito.
Não chores,se verdadeiramente me amas!

Santo Agostinho

11 comentários:

Teresa disse...

Hoje faz um ano que a Aidinha, a covinhas do Norte, como virtualmente era conhecida, partiu...
Uns conheciam-na apenas da blogosfera, pela sua imensidão na generosidade e força... Outros, amigos pessoais de há bastante tempo, seguiam-na de mão dada na rua e com palavras infinitas também no seu blog. Blog que desde sempre reuniu pela mesma causa de força e esperança amigas reais e virtuais.


Este post não fala da Aida Guimarães. Neste post é ela quem a nós se dirige.
Ela... Ou outra voz, daquelas que muito desejaríamos ainda ouvir...


Todos nós temos um Amor que parte.
E será assim, segundo a oratória de Santo Agostinho, que os nossos amores que partem nos escrevem do céu...

Ainda que essas cartas vindas do céu nunca relativizem a saudade. Não há "saudade boa". Não há. Que raio de expressão.
A saudade faz doer cá dentro. Aperta-se-nos o coração. O estomâgo. A alma que grita. A saudade é horrível.

Por isso, ainda que eu ame muito quem parte... Jamais lhe poderei fazer a vontade: de não chorar.

Há sempre uma lágrima que brota, não é verdade? É.

Deixo a homenagem de saudade à Aida. Amizade real.

Levem as palavras de Santo Agostinho como uma homenagem para amenizarem a perda de quem amam e de quem têm tanta, mas tanta saudade.

Aidinha, Xana Tinda e Avó: um beijo daqui... Até ao céu... ****
Estes são os meus quatro amores. Por quem sempre choro. Ainda que os ame...

Bom fim-de-semana, ginastas! :)

Graça Lopes disse...

Obrigada Tereza! Também "seguia" a Aida e também senti a sua partida! Um beijo até ao céu para a Aida e para todos os meus Anjos que partiram. Estes poemas são balsamo para o meu coração!
Bom fim de semana a todos.

Teresa disse...

:)

Beijinho, Graça!

Os poemas são bálsamo para o coração, de facto. Parecem cartas vindas do céu...
Depois, um sinal daqui e dali...
Uma coincidência.
Um raio de sol.
Uma flor.
Mesmo longe, os nossos amores arranjam forma de nos dar notícias...

Eu tenho imensas saudades de todos. De todos. Lembro-os com um amor incondicional.
Tenho saudades de me rir com a Aida. Que hoje celebro o dia dela, afinal.
E saudades daquele "Oh, Teresa... Então, Teresa..." quando eu chorava!

Beijinho, Graça! Também outro para a Clau. Para todos, aliás! :)
Bom fim-de-semana! *

To e Li disse...

Depois disto só me resta dizer;
beijo para todos aqueles amores que não perdemos, apenas deixamos de os ver!
***

Anónimo disse...

Apesar de não conhecer a Aida, junto-me a vós.

paula disse...

Há uns meses recebi este poema pelo correio num postal com montagens de fotos de um anjo de 4 anos que partiu à cerca de um ano...
Foram os pais que me enviaram...Nessa altura andava chateada com algumas coisas pessoais. o Postal foi como que um abanão...Com estas pessoas tão especiais que vimos partir percebemos que que temos que dar outro sentido e mais valor à vida...
Temos que aprender a crescer no ser e não no ter....
beijinhos de luz...
beijinhos para o céu...
Paula Padinha

Anónimo disse...

Bonito de ler. Concordo contigo nos dois principais aspectos. Os de que é quase impossível não chorar e de que as saudades são sempre «horríveis».
Abraço de olhos no céu.
Pedro

Eugénia Proença disse...

Olá Tete obrigada pelo post, liiiiiiiindo.
Para os que partiram que continuem a ascender para um lugar de luz.
Bj
Gena

Branca disse...

Não conhecia muito bem a Aidinha, apesar de ter ouvido falar nela.
Deixo o meu pesar por mais uma vida que se perde.
Beijinhos
Branca

Tite disse...

Teresa,

Mesmo quando os peomas não são teus tu continuas a fazer poesia com as palavras que deixas nos comentários.

É efectivamente verdade. Pelo menos é assim que eu sinto. Devemos apenas sentir saudades de quem, como nós acreditamos, passou apenas para o outro lado do caminho que todos temos que percorrer.

Um grande abraço pela tuas lindas palavras para os que nos deixam e supostamente para as palavras que os que nos deixam estarão a dizer-nos após a partida.

Teresa disse...

Obrigada a todos os que deixaram aqui um beijinho mágico para a Aidinha, minha boa amiga pessoal e que tantas outras arranjou virtualmente.

Também quero agradecer o facto de partilharem os vossos sentires, pois sabem como me é difícil conceber a morte e a saudade... Ainda que os que amamos e que partem nos enviem estas cartas lindas lá do céu.

Sentir saudade com Amor incondicional é tão bonito... É a maior prova de Amor que podemos dar a quem nos sorri do céu. Graças a Deus todos os que já partiram, foram felizes comigo... E sinto-os sempre aqui. Daí eu não concordar com o que me dizem quando choro a morte da minha Avó, por exemplo... Mais de um ano depois. Deixa-a partir, dizeis-me vós, em particular.
Não deixo. Quero-a sempre comigo. Nem que para isso sofra eu. Já me chega saber que não sofre ela. Estendo esta sensação aos demais que já não estão terrenamente comigo.
Chorar, choro sempre. E amo-os tanto! :)
A esse pedido vindo do correio do céu eu não consigo responder! É só.

Beijinhos enormes a todos os que já perderam alguém para o céu. Sobretudo aos que os perderam e que sentem saudade sob a mais maravilhosa forma de pena pela ausência. Com Amor verdadeiro, sem lástimas, nem queixumes. Ainda que haja sempre saudade...

Beijos enormes. E um abraço.