quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

É Natal! É Natal!



Um Natal quentinho!
Um Natal cheio de luz! De Amor! De ternura! Muita ternura!
A família unida! Amigos por perto!
Presentes bonitos!
Um Menino Jesus de braços abertos a fazer sorrir o nosso e o vosso coração!


São os votos da "Comissão de Festas" do Ginásio da Alma!

(***fotos pessoais-Leiria 2009; presépios meus)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Branca

Não posso deixar passar este dia (20 de Dezembro) sem prestar uma muito singela homenagem à amiga do coração, sócia deste ginásio, a queridíssima Branca. Para ela, rosas brancas especiais e votos de felicidade.


sábado, 19 de dezembro de 2009

RoSa EsPeRaNçA

Eu não sabia bem ao que ia. Que eram sete mulheres. Que na primeira pessoa iriam falar de cancro. Que (sobre)viviam à luz da cura. Vidas cor-de-rosa. Cheias de esperanças. Uma, a delas, outra para dar.
(Per)correram o país já rendido ao encanto do que havia para partilhar. Um grupo de figurantes activo. Um encenador interessante. Um grupo de amigas inicialmente virtuais que, aos poucos, se permitiram invadir. E que eram todos amigos. Era o que eu sabia de tudo aquilo.
Uma amiga já tinha ido assistir à peça. Maravilhas, foi o que me relatou.
Leiria surge como painel para finalizar a digressão. Que adorava ir, matei eu. Pois que vamos, esfolou ela. Venham, venham, matamos saudades, meteu-se a outra ao barulho. Que era muito longe. Viajar de noite. Sim, e depois? E fomos. Eu e a Linda. A Albertina de anfitriã.

Para mim é medo, raiva, inconformação. E mais medo. Perdem-se os amores. E, por mais que se descruzem os braços, nunca o abraço em que se voltam a fechar tem sido suficientemente forte para as agarrar aqui, a nós. Às pessoas que se amam e que se desejam, indefectivelmente, por perto, por mais um dia que seja. Desmesuradamente arranca-nos a alma, traz-nos o grito infinito daquilo que será o resto dos dias da nossa alma: o choro e a saudade, incontornáveis. Quem ousa? Ele, o cancro. Esta é a minha vivência. O cancro para mim tem sido, sempre, significado de morte. Sandra, Márcia, Aida, a amiga da Mãe, o tio, Costa Pinto. Todos levados pelos cornos de um touro que insiste em vigorar na arena, numa dança de passos toureados que insiste ser dele. É assim que o cancro é. Foi assim que fui buscar esperança para o cenário ainda não perdido que novamente a minha alma atravessa. (cf. link)

Primeira fila, os dois melhores lugares. O palco miraculosamente ao nivel do meu coração. Se eu desse três passos, tocava-lhes.
Deixei-as falar para mim, dei-lhes, na qualidade de público, as minhas lágrimas, entreguei a alma nas palavras majestosas que difundiam, as de esperança. Elas estavam vivas, bonitas, felizes, ali. O cancro para elas era cor-de-rosa.
Os balões. Coloridos. Que surgiram na plateia. É a magia que trago de lá. Um significava a inocência do nosso dia-a-dia em que não imaginamos de que cor se pode transformar a nossa vida, a qualquer momento. Outro, a fragilidade. Mais um, a alegria de ter vencido. Dois, três, quatro balões gigantescos que eu e os do lado não queríamos ver pousados no chão. E, quais crianças, insistíamos em tocar-lhes com a ponta dos dedos, impedindo que no chão caíssem. Demos-lhes balanço o tempo que foi possível. Senti que estávamos ali, afinal, pelo mesmo motivo. Ir em busca de qualquer coisa que não seria mais forte do que nós e que jamais nos faria cair, ainda que... Frágeis.
Daquele palco veio ainda o desespero, o grito em relatos reais. A família. Os amigos. A medicina. E a Fé. A Fé no filho que se quer ver criado, no marido que não sabe viver sem o Amor, na Mãe que não tem como direito ver partir a filha, em Deus. Que impoprta? Fé. Numa só palavra, em jeito de monossílabo, logo, alvo fácil de agarrar e proferir. O suficiente para iniciar uma luta, afinal! Daquele palco, ainda, o glamour, a festa, o champanhe. A VIDA!
No final, Fame. I want to live forever! Palmas, mais palmas. De pé. Orgulhosamente de pé a aplaudirmos RoSa EsPeRaNçA! E a dançar!
Chorei-me do princípio ao fim. Que a peça é forte. Estrondosamente forte. Lavei ali a minha alma. Deixei o meu coração naquele palco. Foi há duas semanas e ainda não voltou. Nem o quero. Que se deixe lá estar.
Que depois do cancro há vida, disse ela. Uma actriz de garra e força. Não, não é verdade. Cancro é morte, contrapus eu. Que me perdoe, Deus, a partir daquele momento.
Não é, pois não? Não. Nem sempre.

Afinal, tenho a Maria. A minha little Mary.
E, uma semana depois, (re)encontrei-me com a Elsinha. Uma Amiga a quem tinha perdido o rasto há vinte e um anos. Ironicamente, nos últimos dois anos ali tão próxima. Mãe de um aluno. E nunca nos tinhamos cruzado. Aos vinte e sete anos andou na arena. Hoje, com quarenta, ainda recebe os louros e as ovações! Uma verdadeira forcada! Também ela feliz e glamorosa! É a minha Rosa Esperança. A juntar às outras sete que tanto passei a admirar.

Eu gostava que toda a gente pudesse viver o que eu vivi. Eu gostava que toda a gente pudesse perder a alma, algures, por uma causa destas. Eu gostava que estas mulheres corressem o Mundo!
Um beijo para elas, no coração. E que cuidem bem do meu. Que, afinal, ficou para lá. Ao desbarato. Entregue a quem quer que tenha, depois, andado a recolher os adereços.

Basta-me ter em mim o que me ensinaram: ainda que não haja esperança, aprendi que os dias podem ser sempre... Cor-de-rosa. E eu que sempre a tive como cor de eleição, tinha ali uma boa solução e não sabia.

Para ti, Zézinha, que foi por ti que lá fui. Um brinde à tua vida! E aos dias cor-de-rosa que ainda temos para ti! Tchim - Tchim!

E depois, tivemos Leiria por si só. Uma cidade cheia de Natal. E três amigas! Uma que fez parar o trânsito, que é modelo fotográfico, que é profissional de fotografia, que gosta de bifes bem passados, que trabalha numa agência de publicidade, que pôs o comércio tradicional a abrir as portas de par em par! Outra que tem a mania que tira fotografias girinhas, que conduz sem pés, que não tem dinheiro para lanchar, que tem cachecóis vermelhos para oferecer e acha que são mantas! E outra que é modelo de coiffeur, que tem a mania que é do meio, que diz que conhece muita gente, que conhece pessoas que passam por acaso e que se dá com bancários aposentados rechonchudinhos! Mas isso... Isso é outra conversa (cf. link)! :)